Há
aproximadamente um ano, "imagina na Copa" era o termo que mais saía
da boca de certas pessoas que se julgavam mais cidadãs que o resto do Brasil,
simplesmente por baterem o pé e dizerem que uma Copa do Mundo no Brasil era um
absurdo. Deixa eu aproveitar para frisar algo importante logo de cara: um país
com tanta desigualdade social, com sistemas de saúde e educação ruins etc etc
etc tem muito mais coisas para se preocupar do que ser eleito para sediar uma
Copa do Mundo. Dito isso, vamos parar com a hipocrisia: a decisão estava tomada
desde 2007. O movimento anti-Copa começou a ganhar intensidade em 2013. É,
demoraram um pouco né?
Um ano se
passou, e nós enchemos o peito para dizer: sim, teve Copa! E mais, teve
provavelmente a maior Copa de todos os tempos! E não é porque foi no nosso
país: jogos empolgantes desde a primeira fase, povo hospitaleiro, estádios
prontos, principais craques brilhando em suas seleções, e por aí vai. Não sei
ao certo como foi na África do Sul no sentido de infraestrutura, mas certamente
ganhamos com sobras no quesito qualidade dos jogos. Em 2010, vimos
provavelmente a final de Copa do Mundo mais patética de todas. Este ano, vimos
uma das mais espetaculares.
Não
falarei de Seleção Brasileira porque sofremos a maior vergonha de nossa história,
e tenho que fazer um texto sem emoções.. ou pelo menos tentar. Fica pra
próxima. Em 2018, voltaremos mais fortes. Tenho absoluta certeza disso.
Agora
let's talk about the English Team.
Sejamos
realistas: um país que produz, em uma mesma geração: Beckham, Owen, Gerrard,
Lampard, entre outros, tem que fazer muito esforço para não alcançar pelo menos
uma semifinal de Copa do Mundo. Parece impossível, mas os caras conseguiram. E
vale lembrar que, se não fosse por um gol milagroso de David Beckham de falta e
no último minuto, os ingleses não iriam nem dar uma volta na Coréia e no Japão
em 2002.
Seja com Eriksson,
Capello ou Hodgson, o país que tem para muitos o melhor campeonato de clubes do
mundo simplesmente não funciona na Copa do Mundo. Logo em dezembro de 2013,
quando os grupos foram definidos, minha esperança de título inglês reduziu de pouca
para nenhuma. Pessoalmente, achava impossível a classificação da Inglaterra
para a fase de mata-mata. Com Itália, Costa Rica e Uruguai, eu apenas torcia
para que a humilhação não fosse maior que a de 2010. E foi.
Na Copa
da África do Sul, caímos num grupo com Estados Unidos, Argélia e Eslovênia
- com direito a empate contra a seleção
africana (!!!). Aos trancos e barrancos, num jeitinho quase brasileiro, a
Inglaterra se classificou em segundo lugar, com apenas um ponto de vantagem
sobre a Eslovênia, terceira colocada. Era o desastre anunciado. Francamente,
era melhor ter ficado na fase de grupos. Nas oitavas, nada mais nada menos do
que a Alemanha nos esperava. E não vamos ficar de chororô dizendo que a bola do
Lampard entrou, porque aquele jogo foi uma aula de jogar futebol dada pelo
Professor Löw, que não tem medo de limpar o salão diante dos olhos do mundo
inteiro, if you know what I mean.
Pois bem,
em 2014 a equipe inglesa voltou para a Europa sem nem saber como é ganhar um
jogo em território brasileiro. O jogo contra a Itália foi muito bom, diga-se de
passagem. Contra o Uruguai, provamos do próprio veneno. Nós, kopites, sentimos
na pele o que os torcedores adversários sentem toda vez que Luisito Suárez toca
na bola (We love you Suarez, please come back! *choro eterno*). E contra a
Costa Rica? ZzzzzzzzZZZzzzzzz.
Talvez
nunca saberemos se houveram brigas internas na FA ou nos elencos das últimas
copas, mas o certo é que, assim como o torcedor brasileiro, o inglês não anda
muito contente com sua seleção.
"Hi, my name is John! I'm 10 years old and I have
never seen the English Team win the World Cup.
Hello, I'm Pete! I'm 22 years old and I have never
seen the English Team win the World Cup.
Hey, I'm George. I'm 40 years old and I have never
seen the English Team win the World Cup.
ENGLAND,
PLAY FOR ME!"
Perdão,
foi mais forte que eu. Risos.
No final
das contas, a Copa do Mundo tão contestada até pela mídia internacional, foi um
Sucesso. Isso, com letra maiúscula. Mostramos ao mundo que conseguimos, com
todos os problemas de nosso país, sediar um grande evento e encantar jogadores
e os torcedores gringos que aqui estiveram.
Parabéns
à Alemanha pelo tetracampeonato.
Parabéns
a todos os operários, voluntários e a tantas pessoas que trabalham por trás das
câmeras, que tornaram nosso sonho realidade.
E
parabéns a todos nós, torcedores. Como disse anteriormente, em 2018 voltaremos
mais fortes.
Até mais,
Copa. Foi excelente enquanto durou.
E que
comece a Premier League e a Champions, porque sofrer pelo Liverpool também faz
falta.
Cheers!
Bruno Tilhe -
13/07/2014